O fenómeno perigoso e cada vez mais observado é favorecido pela cultura de massa, promovendo um corpo feminino perfeito. “O culto à figura perfeita, conquistado quase sem sacrifício após a gravidez, foi imposto por celebridades e estrelas das redes sociais. Muitas vezes, logo após o parto, eles exibem fotos de uma figura que nem mesmo é afetada pela gravidez.
Claro, algumas mulheres durante a gravidez comem de forma saudável, exercitam e é mais fácil para elas recuperar o peso corporal anterior. Algumas delas, por várias razões, incluindo o curso difícil da gravidez, têm um problema com isso”, aponta o Dr. Mateus Joseph.
Pregorexia – transtornos alimentares durante a gravidez
Ele relatou que o termo “pregorexia” foi usado pela primeira vez nos Estados Unidos no programa de TV “The Early Show” na Fox News.
Foi definido como “um transtorno alimentar em mulheres grávidas, manifestado por restrição deliberada do fornecimento de energia e aumento da atividade física para limitar o ganho de peso.
“Os primeiros casos de pregorexia foram registados nos Estados Unidos e no Reino Unido”, alerta o Dr. Joseph.
Ele admite que muitas mulheres estão sob pressão para cumprir o modelo moderno de beleza, segundo o qual todas as pessoas devem ser esguias, elegantes e bonitas.
Isso afeta o surgimento de transtornos mentais, que incluem anorexia, bulimia ou comer compulsivo. “A anorexia gestacional é mais frequentemente diagnosticada em mulheres que já tinham esse tipo de distúrbio. Como a pesquisa prova, essas mulheres geralmente reagem negativamente às informações sobre a gravidez”, acrescenta o profissional.
A pregorexia pode causar efeitos graves para a saúde, não só para a mãe, mas também para o feto. Em casos extremos, isso pode levar à morte. A experiência dos médicos mostra que as mulheres que sofrem de pregorexia usam diuréticos e laxantes, para não engordar. A desnutrição de longo prazo do organismo resulta em deficiência de vitaminas, micro e macroelementos.
Um dos elementos mais importantes e essenciais para o bom desenvolvimento do feto é o ferro. Entre as mulheres que sofrem de transtornos alimentares, as suas deficiências são muito comuns, sendo o ferro o que tem particular importância para a formação do sistema nervoso central. A sua deficiência pode resultar no desenvolvimento de distúrbios neurológicos em crianças.
Consequências dos transtornos alimentares na gravidez
“As complicações durante a gravidez entre mulheres com transtornos alimentares incluem aborto espontâneo, depressão, incluindo depressão pós-parto e falta de apego ao bebé. Mulheres que sofrem de distúrbios alimentares e ao mesmo tempo engravidam, expõem os seus filhos a nascer a graves complicações de saúde, como maior incidência de doenças específicas, pré-eclâmpsia e baixo peso ao nascer”, destaca o especialista.
“O caso exige educação e conhecimento adequado. Em geral, uma mulher grávida não deve ganhar mais do que 12-16 kg. O ganho de peso nas primeiras 16 semanas de gravidez não deve ultrapassar 2 kg, e depois a cada semana subsequente até o parto, não deve ultrapassar 0,5 kg”, explica o doutor.
O especialista aconselha as gestantes a usarem os aplicativos disponíveis que “vigiam” o ganho de peso durante a gravidez e – se tiverem um distúrbio alimentar ou quiserem aconselhamento especializado – a consultar um nutricionista.
Há casos em que a mãe não ganha peso durante a gravidez e o feto está se desenvolvendo perfeitamente. Porém, a falta de ganho de peso da futura mamãe deve sempre ser consultada com um ginecologista, conclui o Dr. Mateus Joseph.